O Papel do Centrão na Política Brasileira Atual
O termo "Centrão" se tornou um dos mais recorrentes na cobertura política brasileira nos últimos anos. Mas afinal, o que é o Centrão, qual é sua origem e como ele influencia diretamente os rumos do país? Neste artigo, exploramos a formação, a atuação e a relevância do Centrão na política brasileira contemporânea.
5/1/20252 min read


O que é o Centrão?
O Centrão é um grupo informal de partidos políticos do Brasil, tradicionalmente conhecidos por sua atuação pragmática no Congresso Nacional. Ele não se define por ideologia, mas por interesses práticos, como acesso a cargos, verbas e poder de influência.
O bloco não é fixo nem possui uma estrutura formal. Ele é formado, geralmente, por partidos de centro e centro-direita, como PP, PL, Republicanos, PSD e União Brasil. Seus membros negociam apoio a governos em troca de benefícios políticos.
Origens Históricas do Centrão
O termo "Centrão" surgiu na Constituinte de 1987-88, quando um grupo de parlamentares se uniu para conter propostas progressistas lideradas por Ulysses Guimarães (PMDB). Desde então, o Centrão tem se reorganizado conforme o cenário político.
Durante os governos de Fernando Henrique Cardoso, Lula, Dilma Rousseff, Michel Temer, Jair Bolsonaro e atualmente com Lula novamente, o Centrão tem desempenhado papel fundamental para a formação de maiorias legislativas.
Centrão no Governo Bolsonaro e na Gestão Lula
No governo Bolsonaro, o Centrão assumiu posição estratégica. Bolsonaro, que inicialmente prometia combater a “velha política”, acabou se aliando ao grupo para garantir governabilidade, especialmente após os embates com o STF e o Congresso.
No governo Lula (2023-2026), a relação também é de pragmatismo. Para garantir a aprovação de projetos importantes como a Reforma Tributária, Lula se viu obrigado a negociar espaços com o Centrão, inclusive entregando ministérios e cargos estratégicos.
Vantagens e Riscos do Apoio do Centrão
O apoio do Centrão pode garantir estabilidade ao governo, ajudando na aprovação de leis, reformas e orçamentos. No entanto, essa aliança vem com um custo político: cargos, emendas e flexibilização de princípios.
Outro risco é a dificuldade de previsibilidade. Como o Centrão não se compromete ideologicamente, ele pode abandonar um governo caso perceba que há mais vantagens em mudar de lado. Isso o torna um grupo volátil e, por vezes, visto como “chantagista”.
Críticas e Defesas ao Centrão
Críticos apontam que o Centrão representa o que há de mais atrasado na política: fisiologismo, clientelismo e pouca preocupação com pautas sociais. Para esses analistas, o grupo está mais preocupado com seus próprios interesses do que com o bem público.
Já os defensores afirmam que o Centrão é um reflexo da democracia representativa brasileira, construída sobre coalizões. Em um sistema multipartidário como o brasileiro, alianças são inevitáveis e muitas vezes necessárias para governar.
Conclusão
O Centrão continuará a ser uma força central da política brasileira enquanto o sistema permitir esse tipo de negociação. Entender seu funcionamento é essencial para compreender por que muitas decisões do governo dependem não só de ideologia, mas de acordos políticos complexos. Ao mesmo tempo, é um chamado para refletirmos sobre uma possível reforma política que reduza a fragmentação e aumente a transparência e a responsabilidade no exercício do poder.
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