Carla Zambelli: Julgamento, Polêmicas e o Futuro Político

Quem é Carla Zambelli?

Carla Zambelli é uma ativista conservadora e deputada federal desde 2019. Ficou nacionalmente conhecida por sua militância nas redes sociais e pela atuação firme em defesa de pautas como o armamento da população, o combate à corrupção e o apoio irrestrito a Jair Bolsonaro.

Antes de entrar para a política, Zambelli foi uma das fundadoras do movimento "Nas Ruas", que teve destaque durante os protestos de 2013 e nas manifestações pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

O Caso da Arma em 2022: Entenda o Que Aconteceu

A principal acusação contra Carla Zambelli remonta a 29 de outubro de 2022, véspera do segundo turno das eleições presidenciais. Em um episódio amplamente divulgado pela imprensa, a deputada foi filmada correndo armada pelas ruas do bairro Jardins, em São Paulo, atrás de um homem negro com quem discutira.

As imagens causaram grande repercussão e indignação pública, levantando questões sobre porte ilegal de arma, abuso de autoridade e perseguição com motivação política e possivelmente racial.

Zambelli alegou que estava sendo agredida verbalmente e que portava a arma para sua defesa. No entanto, o Ministério Público Federal entendeu que houve violação da legislação que impede o porte de arma por parlamentares fora do exercício de suas funções legislativas.

O Andamento do Julgamento no STF

Em março de 2024, o STF aceitou a denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e Zambelli passou à condição de ré por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com uso de arma.

Agora, em maio de 2025, o processo entra em sua fase final. O relator do caso, ministro Gilmar Mendes, liberou o processo para julgamento no plenário virtual, com previsão de conclusão até o final do mês. A expectativa é que os ministros decidam se ela será condenada ou absolvida com base nas provas reunidas, incluindo vídeos, depoimentos e laudos técnicos.

Fontes próximas ao STF indicam que a maioria dos ministros tende a acompanhar o voto do relator, que já se posicionou no sentido de que houve crime.

Possíveis Consequências Políticas

Caso condenada, Carla Zambelli poderá perder o mandato parlamentar, com base na Lei da Ficha Limpa, que impede a candidatura de condenados por órgão colegiado. Além disso, a perda de mandato também pode ser decidida pela própria Câmara dos Deputados.

Zambelli afirma ser vítima de perseguição política e ideológica e já declarou que pretende recorrer a instâncias internacionais caso seja condenada. A deputada mantém apoio de uma base fiel de eleitores e aliados conservadores, o que ainda lhe garante relevância no debate público.

Impacto nas Eleições de 2026

A situação jurídica de Carla Zambelli pode comprometer seus planos de disputar novos cargos nas eleições de 2026. Ela já havia sinalizado interesse em concorrer ao Senado ou ao governo de São Paulo, mas uma eventual condenação pode inviabilizar essas pretensões.

O julgamento também deve ter reflexos no bolsonarismo como um todo. Zambelli é vista como um dos nomes mais vocais do grupo político ligado a Bolsonaro, e sua eventual cassação será usada como símbolo por aliados e opositores.

Repercussão na Mídia e Entre os Colegas

A repercussão nas redes sociais e na imprensa tem sido intensa. Figuras de direita denunciam o que chamam de "caça às bruxas" contra conservadores, enquanto parlamentares da oposição cobram providências e destacam a gravidade do ocorrido.

Deputados como Tabata Amaral, Guilherme Boulos e Orlando Silva afirmam que o caso não pode ser tratado com condescendência, uma vez que envolve o uso indevido de arma por uma autoridade pública em plena campanha eleitoral.

Considerações Finais

O julgamento de Carla Zambelli representa mais do que um caso jurídico isolado: trata-se de um episódio que levanta importantes discussões sobre o uso de armas, o comportamento de autoridades públicas e a responsabilidade de parlamentares no exercício de seus mandatos.

Seja qual for o desfecho, o caso de Zambelli marca uma nova etapa na política brasileira, em que os atos individuais de figuras públicas estão cada vez mais sujeitos ao escrutínio judicial e social.